O amor é necessário para que todos possam se sentir bem, inclusive os animais. Para isso, as espécies que vivem no Zoológico de Brasília contam com uma equipe especializada para que macho e fêmea de determinadas espécies possam ter uma vida a dois. Mas esse não é um trabalho fácil, pois exige estudo sobre o comportamento dos animais e cooperação entre várias instituições dentro e fora do país para formar o par perfeito da vida silvestre.
Atualmente, o Zoo conta com cerca de 40 casais, dentre aves e mamíferos, que fazem parte de programas de conservação. Um desses casais é o Tucupi e a Amarantos, primatas criticamente ameaçados de extinção da espécie sauim-de-coleira. Tucupi já vivia no Zoo de Brasília, enquanto Amarantos chegou de um resgate, em Manaus, do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis. O arranjo ocorreu em 2018, com a recomendação de pareamento entre Tucupi e Amarantos, que deu à luz no início deste ano.
Para que uma reprodução dê certo entre os casais indicados para cópula, além de realizar a aproximação e o pareamento, a equipe técnica precisa montar o cenário perfeito para o casal. “Para incentivar a reprodução, a gente deixa o recinto o mais confortável e aconchegante possível, com um clima agradável. Assim, os animais se sentem à vontade e ambientados. A gente também oferece acompanhamento médico-veterinário e nutricional”, explica a superintendente de conservação e pesquisa do Zoo, Luísa Helena Rocha.
Além da reprodução natural, o Zoo de Brasília atua em parceria com a Embrapa nos bancos de germoplasma, que fazem o armazenamento de informações genéticas a partir da identificação, da caracterização e da preservação de células germinativas de alguns seres vivos. “O banco de germoplasma e o manejo para reprodução dos animais vivos colaboram na manutenção de um banco genético que poderá ser utilizado para reintroduzir espécies na natureza”, completa Luísa.
Além do casal Tucupi e Amarantos, o Zoológico de Brasília tem outros 41 casais das espécies: bugio-de-mãos-ruivas, bugio-vermelho-do-rio-Purus, lobo-guará, macaco-aranha-de-cara-vermelha, gato-do-mato-pequeno, onça-pintada, ganso-do-havaí, emu, guará, urubu-rei, harpia, gavião-carrapateiro, jacutinga, mutum-de-penacho, mutum-cavalo, sabiá-poca, bicudo, canário-da-terra, papagaio-verdadeiro, papagaio-do-mangue, papagaio-da-cara-roxo, papagaio-moleiro, papa-cacau, papagaio-campeiro, papagaio-chauá, papagaio-do-peito roxo, arara-azul-grande, ararinha-de-testa-vermelha, arara-vermelha, arara-piranga, ararajuba, tiriba-de-pfrimer e tiriba-de-barriga-vermelha.
Pareamento
As recomendações de pareamento são feitas anualmente por especialistas, chamados Studbook Keepers. São esses profissionais que organizam a população de espécies ameaçadas no Brasil e no mundo e, de acordo com dados genéticos importantes, indicam qual indivíduo pode reproduzir e com quem. Isso acontece para garantir que a população mantida sob cuidados humanos seja geneticamente saudável e que contribua, no futuro, para o reforço das populações em vida livre.
Acordo de cooperação técnica
Em 2018, a Associação de Zoológicos e Aquários do Brasil junto com o Instituto Chico Mendes para Conservação da Biodiversidade e o Ministério do Meio Ambiente assinaram um Acordo de Cooperação Técnica para atuar na elaboração, implementação, manutenção e coordenação dos programas de manejo em cativeiro de espécies ameaçadas em zoológicos e aquários brasileiros.
O acordo aborda 25 espécies prioritárias, entre mamíferos, aves, répteis, anfíbios e peixes, para a execução do acordo. O trabalho de conservação dessas espécies será imprescindível para proteger também seus habitats e espécies relacionadas, pois muitas delas provocam o efeito “guarda-chuva”, ou seja, a sua conservação, por consequência, promove a conservação de vários outros animais que participam do seu ecossistema, sendo um enorme passo para a conservação da fauna brasileira.
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