Será que alguém consegue imaginar o mundo sem o animal mais alto da Terra? Pode ser algo difícil de pensar, mas este é um cenário cada vez mais possível num futuro próximo. Há 15 anos, existiam na África cerca de 150.000 girafas de 4 espécies diferentes. Suas manadas vagavam pelas savanas e regiões semi-desérticas do continente, auxiliando na fertilização do solo por suas fezes e controlando a distribuição de árvores como as acácias. No entanto, hoje tudo mudou. A caça ilegal e destruição do habitat fez os números desses mamíferos caírem 40% e restam menos de 400 populações, estando muitas destas isoladas e tão pequenas que não sobreviverão a longo prazo. Esta é a razão da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) ter incluído as girafas na sua Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas no final de 2016. A organização também alerta para o fato de que a conservação desses animais no ambiente natural tem “passado por alto” nos países africanos e elogia a atuação de zoológicos em todo o mundo na pesquisa e reprodução das girafas. Além do mais, a IUCN reconhece que “a amplitude das pesquisas conduzidas pelos zoológicos e aquários é verdadeiramente impressionante, da ciência comportamental ao aprendizado dos visitantes, e o impacto de tais pesquisas na conservação é bem reconhecido. Estas são fundamentais para a proteção e preservação das nossas espécies mais ameaçadas.” Todo este conhecimento gerado reflete-se em ações que ajudam a aumentar as populações de girafas na natureza por soltura de animais criados em zoos e criadouros ou translocação de indivíduos para áreas com menor pressão da caça e desmatamento. O transporte de uma girafa está entre as operações de realização mais complicada devido ao seu tamanho e sensibilidade aos anestésicos. No entanto, protocolos e drogas mais seguras foram desenvolvidos graças às informações dos animais sob cuidados humanos nos zoológicos. O trabalho e dedicação para com as girafas no Zoológico de Brasília não é diferente. Cuidamos diariamente da Yaza e sua filha, Evelise, e as treinamos 3 vezes por semana para colaborarem na coleta de sangue e outros exames veterinários sem a necessidade de anestesia. Tudo por meio do reforço positivo e respeitando seu bem-estar e direito de escolha em participar ou não das sessões de treino. Nossa atuação pela conservação das girafas também vai além dos nossos muros, pois estamos conduzindo um levantamento em todo o Brasil para identificar as espécies e parentesco destes grandes mamíferos nas instituições do país. Este é um projeto do Zoológico de Brasília em parceria com o Laboratório de Genômica Ambiental e Evolutiva da Universidade Federal de Pernambuco e com o apoio da Sociedade de Zoológicos e Aquários do Brasil. Trata-se de mais uma das nossas ações na missão de zelar pela existência de populações saudáveis dos animais, seguindo na contramão do processo de extinção, contra um mundo sem girafas. Se você também não aceita um mundo sem estes gigantes, venha conhecer nosso trabalho e compartilhar desse sentimento. Afinal, “O mundo precisa de mais#girafas!”
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