No Zoológico de Brasília, profissionais de várias áreas desempenham tarefas diárias para o cuidado e o bem-estar dos animais. Entre esses profissionais estão os tratadores, que conhecem detalhadamente os comportamentos, as rotinas e as preferências alimentares de cada animal.

Muito além das tarefas diárias de alimentação e limpeza, esses profissionais desenvolvem uma relação de confiança e respeito com cada animal sob os seus cuidados. Uma das funções dos tratadores é o condicionamento dos animais, um dos processos que visa prepará-los para cooperarem voluntariamente com procedimentos veterinários e de manejo, sem necessidade de contenções físicas ou sedação.

Com o uso de reforço positivo, os tratadores treinam comportamentos específicos, como apresentar uma pata, abrir a boca, ou entrar em caixas de transporte. Esse trabalho cuidadoso e contínuo não apenas facilita a jornada dos tratadores, como também promove o bem-estar dos animais.

Conheça a rotina de um tratador

 

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As atividades de um tratador no Zoológico de Brasília envolvem a observação atenta e, também, ações coordenadas entre as várias áreas para promover o bem-estar das espécies. A atuação diária dos tratadores no Zoológico começa de manhã bem cedo, com a preparação dos alimentos e uma ronda para observar o comportamento de cada animal em seu recinto.

Os tratadores verificam, também, as fezes dos animais, a ingestão de água e a alimentação do dia anterior. “Além disso, nós fazemos uma manutenção nos recintos: limpamos, verificamos se está tudo funcionando bem e conduzimos os reparos necessários”, explica o tratador e biólogo Carlos Eduardo Nunes.

Em seguida, os tratadores cuidam da alimentação de cada animal, a partir das orientações nutricionais elaboradas pela Coordenação de Alimentação e Nutrição Animal, sempre levando em consideração os alimentos preferidos de cada um, bem como as restrições alimentares. “Observamos se o animal come tudo ou se está rejeitando algum alimento. Com o tempo, vamos aprendendo o que cada um prefere. Por exemplo, um dos quatis ama ovo, já o outro é fã de banana. É uma construção diária, baseada em observação e respeito”.

O tratador e biólogo Carlos Eduardo Nunes no recinto das onças-pintadas durante o enriquecimento ambiental.

Ao longo de todo o dia, os tratadores acompanham e atuam também na aplicação de remédios, quando necessários. A afinidade entre os animais e os profissionais que atuam no Zoológico de Brasília é construída com paciência e dedicação, permitindo que as espécies se sintam mais seguras e confortáveis no ambiente em que vivem, o que é essencial para a sua saúde física e emocional.

Entre os pilares dessa rotina está o enriquecimento ambiental a partir das orientações recebidas pela Gerência de Bem-estar Animal, que é uma prática importante para estimular comportamentos naturais dos animais. Os estímulos variam conforme as necessidades de cada espécie. “Por exemplo, no caso das onças, a gente busca estimular comportamentos que elas teriam na natureza, tais como o forrageamento, que é a busca e a exploração de alimentos”, explica Carlos Eduardo. O tratador explica que podem ser utilizados, por exemplo, pinhatas com carne escondida e alimentos que ajudem a estimular o olfato, a cognição e a musculatura dos animais.

Carlos Eduardo ingressou no Zoológico de Brasília há seis anos, inicialmente como voluntário, e há dois anos atua como tratador. Para ele, o esforço empreendido diariamente no trabalho realizado pode ser acompanhado a partir da evolução de cada animal. “É muito gratificante ver a evolução deles e perceber que estão bem e saudáveis. Esse é o retorno do nosso trabalho: o bem-estar deles”, explica.