Após a conclusão das análises macroscópicas realizadas durante e depois da necropsia, juntamente com os resultados de hemograma e bioquímico, a Fundação Jardim Zoológico de Brasília (FJZB) identificou um quadro de pancreatite no elefante Babu, que faleceu no dia 07/01. A equipe técnica do Zoo levanta mais informações que indiquem como a doença se desenvolveu nesse animal. A instituição está dando sequência a exames complementares para esclarecer os fatores que originaram essa patologia.
Foram feitos contatos com o Park Nacional Kruger na África do Sul, local de onde vieram Babu e Belinha, e com outros centros de conservação de elefantes no Estados Unidos e na Europa. O objetivo é conseguir dados de parentesco nas manadas locais e outros registros clínicos similares em elefantes da região. Isso porque uma das causas prováveis para esse tipo de patologia mantém uma forte relação com fatores congênitos.
Além disso, amostras de tecidos foram enviadas para análises complementares de histopatologia e toxicologia em laboratórios de Brasília/DF, Belo Horizonte/MG e Botucatu/SP, reconhecidos como referências nestes procedimentos de medicina veterinária.
De acordo com o diretor-presidente da FJZB, Gerson Norberto, “somente com a conclusão dessas análises, e dos dados que estão sendo levantados pela equipe do Zoo, é que poderemos ter uma confirmação do que causou o quadro de pancreatite”.
A equipe do Núcleo de Bem-Estar Animal, tratadores, veterinários, zootecnistas e biólogos intensificaram o monitoramento da Belinha e do Chocolate, elefantes que fazem parte do manejo conservacionista cooperativo internacional e estão sob os cuidados da Fundação. Os funcionários também já estudam como realizar a aproximação dos dois para que possam viver no mesmo recinto, já que se trata de uma espécie social.
Segundo Norberto, o foco agora é trabalhar no processo de aproximação do casal. Os procedimentos iniciados na quarta-feira (17/01), quando foram distribuídos diversos atrativos com aromas e odores de ambos os animais entre os atuais recintos. Durante essa etapa, etogramas (estudos de análises de comportamento) são elaborados com base no comportamento de cada um dos indivíduos. “Esses dados são essenciais pois servirão como base para a decisão sobre os próximos passos”, disse Norberto.
Belinha e Chocolate juntos – Um novo casal
Assim que os animais apresentarem familiaridade um com o outro, o próximo passo será a aproximação visual. Isso será feito levando o Chocolate para perto da Belinha em um recinto ao lado onde eles possam se ver.
Segundo o diretor de Mamíferos da FJZB, Filipe Reis, depois dessa etapa de contato visual o casal passará para uma próxima fase hospedados juntos no mesmo recinto, porém ainda sem contato físico. “O novo casal precisa conhecer o comportamento um do outro, seus hábitos, manias e reações, para que não se assustem ou entrem em atrito quando estiverem juntos. Um início de namoro, onde tudo é novo e a aceitação entre eles é o grande desafio”, explica Reis.
Para que todo o processo ocorra com segurança será necessário antecipar as intervenções físicas que estavam planejadas para este setor. Para isso, a FJZB publicará um Edital de Chamamento Público propondo uma parceria para construir e adequar o recinto de forma a permitir que o novo casal continue na sequência do programa de reprodução para a espécie. Esta obra contemplará, dentre outras intervenções, uma nova área de manejo com brete e maternidade, com corredores de acesso para fêmea e filhotes.
Os tratadores do setor, que convivem diariamente com os elefantes, estão esperançosos que o casal consiga reproduzir e afirmam que o primeiro filhote, sendo macho, irá se chamar Babu Junior, uma justa homenagem ao amigo que recém partiu.
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